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O que os brasileiros que vivem em Portugal falam na terapia?

  • há 7 dias
  • 3 min de leitura

Mudar de país é, ao mesmo tempo, um recomeço e um desafio emocional profundo. Entre os documentos, as filas no SEF, os currículos enviados e as saudades guardadas no peito, há uma vida inteira tentando se reorganizar. E, quando a cabeça começa a pesar, muitos brasileiros que vivem em Portugal decidem procurar terapia. Mas o que será que mais aparece dentro desse espaço de escuta?


Este artigo é para você que está vivendo fora do Brasil e quer se reconhecer, se acolher e entender melhor o que tem se passado por dentro.


terapia para brasileiros em Portugal


“Achei que seria mais fácil…”


Brasileiros em Portugal terapia

Essa é uma das frases que mais aparecem nas primeiras sessões. A mudança para Portugal geralmente vem carregada de esperança — melhores condições de vida, segurança, oportunidade de recomeçar. Mas a realidade costuma ser mais complexa. O que poucos falam é que, mesmo quando tudo dá “certo”, há um luto silencioso: o da vida que ficou para trás.


Na terapia, é comum surgirem sentimentos ambíguos: gratidão pela chance de estar em outro país, mas também frustração, cansaço e culpa por não estar mais feliz. É nesse espaço que o paciente começa a validar sua dor, mesmo quando ela vem "sem motivo aparente".


Ansiedade que não passa com um café e um banho quente


Psicóloga para expatriados

Um dos temas mais recorrentes é a ansiedade. E ela não é só “nervosismo”: é o coração acelerado quando precisa lidar com burocracia, é a tensão constante por não saber se vai conseguir um bom trabalho, é o medo de não dar conta, é a dificuldade em relaxar mesmo nos dias de folga.


Muitos chegam dizendo: “me sinto em alerta o tempo todo”. Isso não é frescura. É o corpo reagindo a uma realidade nova, cheia de incertezas. Na terapia, ajudamos a identificar essas respostas e encontrar formas mais saudáveis de lidar com o estresse e a sobrecarga.


A solidão de quem sempre teve rede de apoio



Mesmo estando em cidades cheias de brasileiros, muitos expatriados relatam uma solidão difícil de explicar. É o sentimento de estar cercado de gente e, ainda assim, se sentir só. As amizades por aqui podem demorar a se formar. A família está longe. E por mais que o WhatsApp ajude, ele não substitui um abraço, um colo, um café na casa da mãe.


Na terapia, esse vazio costuma ser nomeado aos poucos. O paciente começa a perceber o quanto sente falta de ser cuidado, de ter a quem recorrer. E também pode aprender a reconstruir vínculos — inclusive consigo mesmo.


“Estou sempre exausto, mas não posso parar”


Burnout em brasileiros expatriados

O burnout também é frequente nos relatos. Trabalhar demais para garantir estabilidade, aceitar empregos muito abaixo da formação, lidar com sobrecarga doméstica e profissional, além das exigências da adaptação — tudo isso pesa.


Na terapia, surgem falas como:“Parece que estou no automático.”“Eu acordo cansado, durmo cansado, e nada muda.”Essas experiências são comuns e legítimas. E com o tempo, o espaço terapêutico ajuda a perceber os limites do corpo e da mente, resgatando a escuta das próprias necessidades.


Relações que mudam com a distância


Solidão vivendo fora do Brasil

Outra questão delicada é o impacto da migração nos relacionamentos. Muitos casais enfrentam crises — seja pela tensão da adaptação, seja por estarem vivendo ritmos diferentes. Amigos se afastam, e surgem perguntas sobre quem ainda faz sentido manter por perto.


Para quem está solteiro, há uma sensação de estar “fora de lugar” no novo país, inclusive nas relações afetivas. Alguns relatam dificuldade em se abrir, medo de se apegar, ou até de não conseguir construir nada sólido estando longe do Brasil.

A terapia oferece um lugar para ressignificar esses vínculos e construir relações mais saudáveis — com os outros, e principalmente consigo mesmo.


O desafio de manter a autoestima num país novo


Dificuldades emocionais morar em Portugal

Muitos brasileiros dizem que, ao chegar em Portugal, sentem que sua identidade “se apaga”. É o diploma que parece não valer tanto. É a sensação de não ser visto, de ter que provar valor o tempo todo. É o sotaque, o jeito de vestir, as referências culturais… tudo parece destoar.


A autoestima, muitas vezes, fica abalada. E na terapia isso aparece em frases como:“Eu não me reconheço mais.”“Parece que perdi minha força.”

Resgatar o senso de valor próprio, especialmente num país novo, é um trabalho delicado — mas possível. E começa pela coragem de olhar para si com mais gentileza.


Um convite à escuta


Se você se identificou com esses relatos, saiba que não está só. Essas dores são humanas, legítimas e, mais importante, possíveis de serem cuidadas. A terapia é um espaço de reconstrução interna, onde suas vivências não são julgadas, mas acolhidas com seriedade e respeito. Você não precisa carregar tudo sozinho.



faça terapia

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Psicóloga Bruna Lima

CRP 06/130409

Bruna Lima Psicóloga Clínica

Psicblima@gmail.com

+55 11 99411-3832

Bruna Lima é psicóloga clínica com 5 estrelas no Google. Graduou-se em Psicologia pelo Centro Universitário FMU  e tem 10 anos de experiência em psicologia clínica.

Cadastrada E-psi, atende on-line a brasileiros expatriados há 10 anos.

Possui três especializações/certificações em psicanálise pelas instituições:

Bruna também é colunista no AllPopStuff e tem um canal no YouTube.

Com sua sólida formação, Bruna utiliza abordagens psicanalíticas personalizadas para ajudar cada paciente adulto.

Oferece atendimento online e presencial. Entre em contato para agendar.

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