Bruna Lima
26 de abr de 20204 min
Atualizado: 20 de abr de 2022
Neste mar de possibilidades que a internet traz é comum ficar confuso e escolher um psicólogo pode ser uma tarefa difícil. Quando se está em busca de um psicólogo é preciso que vários pontos sejam considerados. E então, como escolher um bom psicologo?
Neste artigo irei abordar um destes pontos: as linhas ou tipos de psicoterapia. As linhas da psicologia dizem sobre qual a teoria utilizada pelo psicólogo, como ele se conduz e o que se leva em consideração. Esta talvez seja uma parte significativa na escolha, mas não é a única. Para além da teoria, é importante se sentir à vontade e ter a possibilidade de criar um vínculo bom com o seu psicólogo.
Este artigo conta com um brevíssimo resumo de algumas linhas terapêuticas da psicologia e pode não abarcar todo contexto e pensamento que fazem com que cada linha seja única. Mas certamente você conseguirá entender melhor sobre como funciona cada tipo de terapia.
As famosas linhas... Elas podem ser bem marcadas, tênues ou até se misturar. O terapeuta pode beber de apenas uma ou de mais fontes; oferecer terapia online ou presencial, etc. Veja as principais linhas da psicologia.
A psicanálise parte do princípio de que há um campo inconsciente em cada um de nós. É uma terapia sugerida para os que gostam da profundidade de pensamento e de entender os porquês dos próprios comportamentos e emoções, causas e efeitos. Além disso, há análise e interpretações sobre o que o paciente traz.
de base Freudiana: A mais tradicional. Leva em consideração as raízes da teoria psicanalítica.
de base Lacaniana: Se utiliza muito da linguagem. Lacan dizia que a estrutura do inconsciente é a mesma da estrutura da fala e da escrita. É por traz das palavras que estão os pensamentos, emoções e desejos mais profundos. Uma boa alternativa para quem tem gosto pelo falar (a talvez até ler e escrever).
de base Kleiniana: Leva em consideração as etapas mais primitivas da vida humana. Lacan se referia à Melanie Klein como uma "Açougueira inspirada". Piadinhas à parte, Klein tem mesmo um algo de poesia visceral. É uma boa pedida para quem precisa de contato com a própria criança interna.
de base Bioniana: É uma linha psicanalítica que preza pelo acolhimento do paciente, por isso na teoria de Bion se diz que o terapeuta é continente. É tendo a experiência do amparo que mudanças internas ocorrem e que também podemos aprender a nos amparar. Além disso, a teoria de Bion se volta ao pensamento e as questões que podem o dificultar.
de base Winnicottiana: Leva em conta o amadurecimento emocional e a própria terapia proporciona um ambiente no qual o paciente pode se desenvolver. Não há tantas interpretações neste tipo de terapia, o que há é o espaço e oportunidade para se sentir seguro e assim amadurecer.
E outras.
A teoria Junguiana também parte do princípio de que há um inconsciente. Jung amplia o conceito de inconsciente de Freud e fala sobre arquétipos e símbolos que estão profundamente marcados em nós.
É uma boa sugestão para quem tem um gosto por obras da humanidade, assim como a mitologia e a arte. Isso por que Jung fala de um inconsciente coletivo, o qual todos nós compartilhamos.
É uma linha da psicologia que questionou as maneiras ortodoxas de se pensar a psicologia, tais como a psicanálise e o behaviorismo. Nasceu numa época em que a contracultura e movimento hippie ocupavam a cena.
de base Rogeriana: (Psicoterapia Centrada na Pessoa). Uma psicoterapia que leva em conta a vivência do cliente, sem encaixa-lo em algum tipo de diagnóstico. O terapeuta faz o papel de facilitador, ajuda o cliente a verbalizar e colocar pra fora o que sente e pensa. A vivência neste tipo de psicoterapia é de uma relação bem humana, com muita consideração e empatia.
com base na Gestalt: Leva em consideração o aqui e agora e não a história e vivências do consulente. A ideia geral é a de tomada de consciência do eu e das relações atuais. Perceber com clareza a vida como ela é e assim provocar mudanças internas no consulente. Pode ser um tanto confrontativa, à maneira que era conduzida por seu criador Fritz Perls.
Psicodrama: É uma terapia em grupo onde os participantes usam interpretação de personagens ou cenas para interagir. Visa o desenvolvimento da espontaneidade. Neste tipo de terapia o cliente pode reviver de uma forma corporal e relacional algum trauma ou dificuldade além de poder viver outros papéis e descobrir novas facetas de si mesmo.
de base fenomenológico-existencial: Uma terapia que leva em consideração apenas a pura existência, única para cada pessoa. Não são consideradas as pulsões, mecanismos de defesa ou qualquer tipo de esquema teórico-diagnóstico.
Tem influência da Psicanálise e do Humanismo. É uma terapia de fala, assim como as mais conhecidas, mas também leva muito em consideração o corpo. De acordo com a teoria Reichiana, o corpo também fala e manda mensagens por via inconsciente.
É uma terapia interessante para quem sente que os problemas emocionais se misturam com os sintomas corporais e para quem consegue ter mais insights via corpo do que por via do discurso.
É uma terapia que propõe objetivos concretos. O problema é apresentado pelo paciente e junto ao terapeuta é desenvolvido um plano de tratamento para que o objetivo seja atingido. Na terapia cognitivo comportamental se conta com diversas técnicas que ajudam o paciente a tomar consciência de seus pensamentos, sentimentos e atitudes.
É semelhante à um treinamento mas não se resume apenas a isto. É uma terapia que pode se adequar à pessoas que tendem ao pensamento concreto e racional.